Professora Ana Eliza História 26/05/20
Atividades para os 9 Nonos anos: A,B,D,E,F,G
Urbanização e Modernização do estado do Rio de Janeiro e São Paulo, durante a Primeira República no Brasil
Aula Centro de Mídias de São Paulo
Histórico de São Paulo
São Paulo tornou-se uma metrópole no final do século XIX . De província pacata, transformou-se em importante polo econômico, movido pela industrialização.
O Café seu principal produto, impulsionou as principais transformações, atraindo milhares de trabalhadores , imigrantes.
A partir de 1880, do Vale do Paraíba para o planalto. traz no seu interior a migração massiva através de ferrovias.
No sistema de São Paulo Santos, multiplicam-se vias férreas no planalto paulista.,
O processo de acumulação de capital no estado de São Paulo, em menos de meio século sua capital tem a população multiplicada em mais de 20 vezes.
30 mil habitantes em 1872
279 mil habitantes em 1872
500 mil habitantes em 1920
822 mil habitantes em 1930
Fora do centro, os loteamentos sem o cumprimento das normas urbanas e impostas pelos poderes públicos.
Habitações para as classes mais bixa.
Os cortiços das vilas operárias por parte de alguns industriais na cidade atendesse ás normas sanitárias,alojava menor número de trabalhadores.
A partir de 1880 começava a se realizar o loteamento dos belos sítios e das chácaras das redondezas do antigo centro urbano, que, estruturando-se desde o Pátio do Colégio, correspondia ás freguesias da Sé,de Santa Efigênia, de Bom Jesus do Brás e da Consolação, Mooca, Ipiramga, Bexiga e Lapa. Esses locais revelam a presença das vilas, casa enfileiradas e cortiços em vilas.
Epidemia de Varíola em 1875
Epidemia de Gripe Espanhola em 1918.
Modernização, e reurbanização do Rio de Janeiro
O período da história republicana do Brasil, envolto na República Oligárquica, foi marcado por tentativas de reurbanização modernizadora de algumas cidades. O caso mais notório foi a reurbanização do Rio de Janeiro, ocorrida na última década do século XIX e nas primeiras do século XX.
Entretanto, se a modernização significava o embelezamento da cidade, na prática ela proporcionou a expulsão de boa parte da população pobre e trabalhadora da região central da capital do Brasil.
A reurbanização do Rio de Janeiro se inseria em uma política de transformação da capital federal, com vistas à erradicação de várias epidemias e de embelezamento urbano , criando assim um melhor cartão de visitas aos visitantes estrangeiros interessados em investimentos no Brasil. A principal ação nesse sentido se deu no governo do presidente Rodrigues Alves (1902-1906), cuja proposta de reforma da capital envolvia três frentes de trabalho: a modernização do porto, a reforma urbana e a reforma sanitarista.
Nas ações de saneamento básico, fazia-se necessário na cidade erradicar diversas epidemias decorrentes da má qualidade sanitária na cidade, principalmente na região central.
Habitada por aproximadamente um milhão de pessoas no início do século XX, a capital federal era alvo constante de surtos de febre amarela, peste bubônica, malária e varíola. A solução proposta, além das vacinações obrigatórias e da fiscalização compulsória das residências, era a demolição das habitações coletivas existentes na cidade, como cortiços, estalagens e casas de cômodos.
O argumento era que, em face das condições insalubres, as habitações coletivas eram propícias à propagação de doenças. O cortiço Cabeça de Porco chegou a ter 2000 habitantes. A isso somava a visão conservadora e moralizadora sobre a vida desses estratos da população.
Everardo Beckheuser, na obra Habitações populares, de 1906, definia da seguinte forma essa situação: “E assim reunida, aglomerada, essa gente, trabalhadores, lavadeiras, costureiras de baixa freguesia, mulheres de vida reles, entopem ‘as casas de cômodos’, velhos casarões de muitos andares, divididos e subdivididos por um sem número de tapumes de madeira, até nos vãos de telhados, entre a cobertura carcomida e o ferro carunchoso.
Essa ação ia ao encontro dos objetivos da classe dominante da cidade, desejosa de expulsar da área central a população pobre e explorada da capital, considerada um elemento perigoso para a ordem e disciplina urbana almejada. A maior parte dessa população era formada por ex-escravos africanos e imigrantes, principalmente portugueses.
As demolições dos casarões foram realizadas sem o consentimento dos habitantes e sem o pagamento de indenizações, obrigando os moradores a encontrarem novos locais para a construção de suas habitações. Isso ocorreu principalmente nos morros arredor da região central, onde foram construídos barracões de madeiras, que deram origem às favelas cariocas.
Sobre os escombros dos casarões derrubados, grandes avenidas foram construídas, em uma tentativa de assemelhar a cidade do Rio de Janeiro à capital francesa, Paris. Na década de 1870, Paris passou por uma reformulação urbana com a criação de grandes bulevares, praças e jardins.
No Rio de Janeiro tal iniciativa coube ao engenheiro Pereira Passos, prefeito do Rio de Janeiro entre 1902 e 1906. Com plenos poderes dados pelo presidente Rodrigues Alves, Passos promoveu uma profunda reformulação urbana, cujos principais exemplos foram a construção da Avenida Central, a reforma do porto e a iluminação pública. Construíram-se luxuosos palacetes, praças e jardins no lugar de 600 edificações.
O processo de reurbanização do Rio de Janeiro exemplifica o aspecto autoritário e excludente das políticas estatais verificadas durante a República Oligárquica, expulsando da área de expansão da modernidade capitalista os grupos sociais considerados perigosos à ordem. Porém, esses grupos não aceitariam passivamente a situação, e a Revolta da Vacina de 1904 deu mostras da resistência da população explorada do Rio de Janeiro a essa situação
Revolta da Vacina
A reurbanização do Rio de Janeiro realizada na gestão do presidente Rodrigues Alves, sob a chefia do prefeito Pereira Passos, não resultou apenas na modernização da cidade, ela gerou também uma grande revolta popular no início da década de 1900, a Revolta da Vacina.
A capital à época tinha a alcunha de “túmulo de estrangeiros”, em virtude das mortes dos que visitavam a cidade, o que impedia investimentos estrangeiros e a vinda de maquinário e força de trabalho. Frente a isso, uma campanha sanitária foi realizada para evitar as epidemias e garantir os investimentos necessários para iniciar o desenvolvimento capitalista, já que era necessária uma força de trabalho que estivesse viva para trabalhar nas máquinas.
Havia constantes epidemias de peste bubônica, febre amarela, varíola, sarampo, tuberculose, escarlatina, difteria, coqueluche, tifo, lepra, entre outras. Para tentar sanar esta situação, o presidente Rodrigues Alves nomeou o jovem médico sanitarista Oswaldo Cruz para resolver a situação. Este pediu liberdade de ação para executar sua proposta de saneamento, no que foi atendido. O resultado foi a arbitrariedade e o autoritarismo na política sanitária sobre a população pobre, principalmente da área central da capital.
O primeiro passo foi combater a peste bubônica. Sabendo que o principal vetor de transmissão da doença eram as pulgas dos ratos que infestavam a cidade, Cruz criou uma brigada de 50 homens que percorriam a cidade espalhando raticidas e ordenando a recolha de lixo. Criou ainda o cargo de “comprador de ratos”, um funcionário do Estado que pagava 300 réis por cada rato levado pelos moradores. Esta campanha obteve sucesso e apoio da população.
O segundo passo já não foi bem recebido. No intuito de erradicar a febre amarela, Oswaldo Cruz criou as “brigadas mata-mosquitos”, grupos de funcionário do Serviço de Saúde que, acompanhados de forças policiais, invadiam as edificações com o intuito de desinfetá-las e erradicar o mosquito transmissor da doença. Mas não eram apenas estas as atribuições. Podiam ainda decidir pela demolição das edificações e pela internação compulsória dos infectados. No primeiro semestre de 1904 foram cerca de 110.000 visitas e mais de 600 edificações interditadas. Das 1000 mortes registradas como decorrentes de febre amarela em 1902, conseguiu-se, em 1909, chegar a zero. Oswaldo Cruz ganhou prêmio internacional pela ação e também a animosidade da população.
Mas a reação popular à política do “general mata-mosquito” se faria sentir com mais fúria durante a campanha de vacinação contra a varíola. A intenção de Oswaldo Cruz era criar a Lei da Vacinação Obrigatória. Ele enviou ao Congresso Nacional uma proposta de lei que foi aprovada em 31 de outubro de 1904. O Jornal A Noite publicou sem autorização formal a notícia no dia 09 de outubro de 1910.
O resultado foi uma campanha contrária à lei, realizada por diversos grupos e por diversos motivos.
Bonde tombado na Praça da República, no Rio de Janeiro, durante a Revolta da Vacina.*
Criou-se ainda a Liga contra a Vacinação Obrigatória, reunindo grupos de oposição ao governo e sindicatos. A partir do dia 10 de outubro, as agitações populares se iniciaram no centro da cidade. A polícia foi chamada para conter a população e o fez violentamente, com tiros e cavalaria. O resultado foi a transformação das agitações em revolta popular. Bondes e carroças foram atacados e destruídos, bem como o calçamento das ruas, houve saques em lojas. Nos morros da Gamboa e da Saúde, barricadas foram erigidas para impedir o avanço das forças policiais. Durante uma semana, a cidade do Rio de Janeiro viveu uma verdadeira guerra civil. O governo decretou estado de sítio e passou a combater a população e os militares que pretendiam o golpe.
O saldo da Revolta da Vacina não é preciso, mas cerca de 30 pessoas morreram, 100 ficaram feridas e 1000 foram presas. Metade dos presos foi enviada ao Acre para realizarem trabalhos forçados.
Os motivos para a revolta foram vários. O governo em nenhum momento realizou uma campanha de informação sobre a necessidade da vacinação. Apenas iria obrigar as pessoas a se vacinarem. As preocupações iam desde preceitos morais, como a suposta necessidade das pessoas se despirem para serem vacinadas, quanto sofrerem mutações por receberem no corpo a vacina. Porém, o principal problema era que a campanha sanitária foi utilizada como argumento para retirar do centro da capital a população pobre, expulsando-as para as áreas periféricas e morros, com o objetivo de “embelezar” a capital. De forma autoritária, o governo utilizava de um discurso de melhoria da saúde da população para moldar o espaço urbano de acordo com o interesse das classes dominantes, segregando o restante da população.
Os resultados na saúde foram positivos. As doenças foram controladas ou erradicadas, como é o caso da varíola, em que não há mais registros de sua ocorrência no mundo. Criou-se ainda o Instituto Oswaldo Cruz, referência na área de saúde no Brasil. Mas também intensificou a favelização no Rio de Janeiro e a exclusão da população pobre e explorada de amplos espaços urbanos, o que durante todo o século XX dificultou o acesso às mínimas condições de saneamento básico.
Atividade 1
Produção de texto
Produzir um texto abordando como se deu o processo de Urbanização e e Higienização no Estado do Rio de Janeiro durante o governo de Rodrigues Alves durante a primeira República no Brasil.
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